segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cidades onde há abatedouros, há mais violência!

Para o autor e jornalista Upton Sinclair, o mundo dos matadouros é tão perigoso para os seres humanos, quanto para os animais. Em 1906, ele escreveu o livro "The Jungle", recheado com imagens e relatos altamente chocantes do que se passa dentro de um abatedouro. Ele ainda identificou que os trabalhadores de um desse local de trabalho se tornaram tão insensíveis à violência, que as taxas de estupro e brigas entre eles cresceu à época.
Mais de cem anos depois, uma pesquisadora da Universidade de Windsor, no Canadá, dá ênfase ao que foi publicado lá em 1906. A professora de criminologia Amy Fitzgerald diz que as estatísticas com relação entre matadouros e crime brutal são um fato empírico.
Num estudo recente, Amy trabalhou com números divulgados pelo FBI (a polícia norte-americana) sobre os crimes registrados em 581 municípios dos Estados Unidos entre 1994 e 2002.
"Montei um gráfico que mostra que quando o número de trabalhadores num matadouro de uma comunidade aumenta, a taxa de criminalidade também aumenta" , diz ela, que estudou os registros de criminalidade nas comunidades americanas onde há matadouros instalados.
Amy ponderou os valores, a fim de verificar se realmente há essa conexão. Ela descobriu que um matadouro de médio porte, com 175 funcionários, pode aumentar o número de prisões numa comunidade em 2,24 e o número de crimes registrados em 4,69. Quando maior o matadouro, maior o problema envolvendo crimes.
Esse aumento da violência ainda é percebido quando o número de jovens e imigrantes passam a trabalhar nesses matadouros.
"Alguns moradores começaram a reconhecer que os índices de criminalidade estavam aumentando e os donos dos matadouros passaram a culpar a mão-de-obra dos imigrantes", conta a pesquisadora.
Ela analisou ainda as cidades que abrigam fábricas em que os trabalhadores fazem trabalhos repetitivos ou perigosos -- ou seja, empresas que não envolvem a matança de animais. Em alguns casos, o número de violência nessas cidades é muito baixo.
"Os trabalhadores de abatedouros têm que lidar com os animais vivos que entram lá, matando-os e lidando com suas carcaças e processando suas carnes", finaliza.
Amy ainda consegue fazer uma paralelo entre as pessoas que trabalham nos matadouros e os militares. "Ambos lidam com violência, perdem a sensibilidade", finaliza.

FONTE: Vida Vegetariana
                  

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